A máscara uma possibilidade pedagógica...
Por Renata Ferreira Kamla
Com a máscara, sentimos subitamente uma força e uma segurança totalmente desconhecidas. Tendo o rosto oculto, recobra-se confiança e ousa-se o que nunca se ousaria com o rosto descoberto. A máscara impõe uma grande força e amplitude em cada movimento, exige movimentos completos e desenvolvidos até o fim, que tenham o mesmo caráter ponderado, regrado e forte, o mesmo estilo que a própria máscara. A máscara dá uma grande estabilidade e um sentimento forte de medida, e também uma espécie de consciência de si mesmo e do controle sobre si mesmo. Cada movimento se faz em relação à máscara. (COPEAU, 2000).
Esta pesquisa investigará a possibilidade da utilização das máscaras como um caminho pedagógico e facilitador para o processo de criação e formação do ator.
Pensando o teatro como uma manifestação artística que revela verdades, relacionando o ator com o mundo em que vive, com o outro e com o público num jogo permanente, percebemos, a presença do princípio ético, da comunhão, adaptação e verdade cênica, traçados por Stanislavski, em paralelo com a pedagogia de Copeau, do seu discípulo Jacques Lecoq e do professor doutor Armando Sérgio da Silva.
Para se desenvolver esta pesquisa faz-se necessário delinearmos paralelos, identificações e fusões entre esses referidos autores pesquisadores. A pesquisa tem como objetivo investigar a utilização dos diversos tipos de máscaras como ferramenta para a criação do ator, possibilitando através dos estados que elas provocam criar caminhos de construção de ações e vivências para o ator abordar as personagens de diversas dramaturgias e colaborar com o panorama da interpretação teatral atual.
Através de estudos práticos com um grupo de alunos-atores investigaremos o caminho máscara-personagem, personagem-máscara, estimulando a imaginação criadora. Analisaremos as pesquisas dos autores citados fazendo paralelos com a prática atual nas escolas de teatro e nos grupos de pesquisa com atores formados, procurando entender o porquê deste signo e o que representa como possibilidade pedagógica ao estudante de teatro hoje.
Acreditamos que possamos através da experimentação cênica do diálogo entre as máscaras e suas técnicas, provocar improvisos e descobertas, propiciando a consciência individual de cada interprete do seu processo metodológico de criação, traçando um novo olhar. A máscara como fio condutor de pulsão e energia. Afetando e sendo afetado.
Mais informações sobre esta e outras pesquisas teatrais: http://cepecausp.blogspot.com/
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