terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Movimentos Culturais - REALISMO

O REALISMO

Na segunda metade do século XIX, o realismo surge em reação ao romantismo, e dá preferência a histórias contemporâneas, com problemas reais de personagens comuns. A partir de 1870, por influência do naturalismo - que vê o homem como fruto das pressões biológicas e sociais -  os dramaturgos mostram personagens condicionados pela hereditariedade e pelo meio que se vive.

Economicamente, vivia-se a segunda fase da Revolução Industrial, período marcado pelo clima de euforia e progresso material que a burguesia industrial experimentava em virtude das inúmeras invenções possibilitadas pelas descobertas científicas e tecnológicas.

No ambito cientifico e cultural, ocorre uma verdadeira efervescencia de idéias considerada por alguns como uma segunda etapa do iluminismo - século XVIII.

Dentre essas idéias, surgidas como consequ~encia do aparecimento de várias correntes científicas e e filosóficas, têm destaque:

Positivismo, de Auguste Comte. Para o qual o único conhecimento válido é o conhecimento positivo, ou seja, provindo das ciências;

Determinismo, Hippolyte Taine, que defende que o comportamento do ser humano é determinado por três fatores: o meio, a herança (cultural, social, biológica) e o momento histórico.


Lei da seleção natural, de Charles Darwin, segundo qual a natureza ou o meio selecionam entre os seres vivos as variações que estão destinadas a sobreviver e a perpetuar-se, sendo eliminados os mais fracos.

Os escritores, diante desse quadro  de mudança de idéias e da sociedade, sentem a necessidade de criar uma literatura sintonizada com a nova realidade, capaz de abordá-la de modo mais objetivo e realista do que até então vinha fazendo o Romantismo.

Ao lado do realismo surge ainda as correntes literárias denominadas "Naturalismo" e "Parnasianismo", de pequena penetração em Portugal. A primeira, que consiste na verdade em uma forma extremada de realismo, procura "provar" com romances de tese as teorias científicas da época, particularmente o determinismo. O Parnasianismo por sua vez é uma corrente que combate os exageros de sentimentos e de imaginação do Romantismo e tenta resgatar certos princípios clássicos de procedimentos. Como a busca do equilíbrio, da perfeição formal e o emprego da razão e da objetividade.

Os três movimentos tiveram ciclo na França, com a publicação do romance realista "Madame Bovary" (1857), de Gustave Flaubert; do romance naturalista "Thérèse Raquin", de Emile Zola (1867), e das antologias parnasianas "Le Parnasse Contemporain" (a partir de 1866).



Definição:

Realismo: movimento artístico cultural que surge na segunda metade do século XIX na Europa, influenciado pelas transformações que ali se operavam no âmbito econômico, político, social e científico. E em reação ao "Romantismo", desenvolvendo-se baseado na observação da realidade, na razão e na ciência. Surge em meio ao  fracasso da Revolução Francesa e de seus ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. A sociedade se dividia entre as classes Operária e a Burguesia.
As corrente filosóficas se destacam: o Positivismo, Determinismo, Evolucionismo e Marxismo.

Emile Zola
Contudo, o pensamento filosófico mais influente para o realismo é o Positivismo, que analisa a realidade das observações e das constatações.


CARACTERÍSTICAS REALISTAS

Reprodução da realidade; Compromisso com a verdade (o autor é imparcial); Personagens baseados em indivíduos comuns (não idealização da figura humana); As condições sociais e culturais são expostas; Lei da casualidade (toda ação tem uma reação); Abordagem de temas sociais; Linguagem de fácil entendimento, e Exposição do presente (contemporaneidade).
Autores Realistas

Numa fase de transição, "Tosca" de Victorien Sardou, "O copo d'água" de Eugène Scribe, ou mesmo "A dama das camélias" de Alexandre Dumas Filho, já têm ambientação moderna. Mas os personagens ainda têm comportamento titpicamente "romântico".

Na fase claramente Realista o dinamarquês Henry Ibsen discute a situação social da mulher (Casa de bonecas), a sordidez dos interesses comerciais, a desonestidade administrativa e a hipocrisia burguesa (Um inimigo do povo). 

Na Russia Nicolai Gógol (O inspetor Geral) satiriza a corrupção e  o emperramento burocrático; Anton Tchekhov (O jardim das cerejeiras) e Alksandr Ostrovski (A tempestade) retratam o ambiente provinciano e a passividade dos indivíduos diante da rotina do cotidiano; e em "Ralé" e os "Pequenos Burgueses", Maxim Gorki mostra a escória da sociedade, debatendo-se com a pobreza, e a classe média devorada pelo tédio.

Pesquisador: Adriano Costello

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