Os Concursos Trágicos - Séc. IV a.C
As encenações trágicas, tais como as conhecemos, tiveram início com a institucionalização da chamada Dyonissia, os "Concursos Trágicos", no governo do tirano ateniense Pisístrato (cerca 536-534 a.C.). Famoso por ter sido "hábil e bonachão", rapidamente compreendeu a potencialidade política do Teatro, usando-o para popularizar o seu regime. Sólon (668-559 a.C.), o mais famoso legislador ateniense, ao dar-se conta disso, certa vez abandonou em pleno andamento, uma representação que assistia em protesto contra a manipulação política das artes. O velho sábio, desiludido, retirou-se do teatro sentindo-se vencido.
As Dionisias Urbanas começavam com vários rituais religiosos (Procissões cultos ) até entrar na fase mais ligada propriamente ao teatro e ao concursos. Dois dias eram reservados os ditirambos, um dia ás comédias, com cincos dramaturgos na competição; e três dias à tragédia . Seis dias eram devotados ao grande festival; cinco após 431 a.C. – com cincos apresentações diárias durante os últimos três dias – três tragédias e um "drama satírico" fálico pela manhã uma ou duas comédias à tarde. Três dramaturgos competiam pelo prêmio de tragédia, cada um com três tragédias e um drama satírico, sendo que as peças eram mais ou menos correlatas.
As Dionisias Urbanas começavam com vários rituais religiosos (Procissões cultos ) até entrar na fase mais ligada propriamente ao teatro e ao concursos. Dois dias eram reservados os ditirambos, um dia ás comédias, com cincos dramaturgos na competição; e três dias à tragédia . Seis dias eram devotados ao grande festival; cinco após 431 a.C. – com cincos apresentações diárias durante os últimos três dias – três tragédias e um "drama satírico" fálico pela manhã uma ou duas comédias à tarde. Três dramaturgos competiam pelo prêmio de tragédia, cada um com três tragédias e um drama satírico, sendo que as peças eram mais ou menos correlatas.
(Ditirambo: Canto coral; Ode (hino) alegre para os deuses)
"Muitas das grandes encenações do teatro ateniense estão irremediavelmente perdidas. Do trabalho de todos os dramaturgos que ganharam os prêmios anuais sobreviveram apenas as peças de Ésquilo, Sófocles, Éuripides e Aristófanes, e mesmo assim apenas uma fração das suas obras".
"Muitas das grandes encenações do teatro ateniense estão irremediavelmente perdidas. Do trabalho de todos os dramaturgos que ganharam os prêmios anuais sobreviveram apenas as peças de Ésquilo, Sófocles, Éuripides e Aristófanes, e mesmo assim apenas uma fração das suas obras".
O custo da produção era dividido entre o Estado, responsável pela manutenção do teatro, pelo pagamento do coro e dos prêmios, e os coregos, espécie de mecenas da época, escolhidos entre os poderosos da cidade, que subvencionavam os atores, os cenários e os figurinos. Os prêmios eram destinados aos poetas e, mais tarde, também aos atores e coregos. Não é conhecido, porém critério que estabelecia quem concorria a premiação.
((As funções do coro foram muitas, desde agente da ação, a modelo ético e padrão social. Chamado de o espectador ideal pela crítica do século XX, o coro permite, ainda, a criação de atmosferas, acrescenta música e movimento ao espetáculo, além de possibilitar convencionais passagens de tempo)).
ARISTÓTELES (384 a.C - 322 a.C)
(Busto de Aristóteles em exposição no museu do Louvre)
O século IVa.C foi também à era da crítica, foi o período da criação da "Arte Poética", na qual Aristóteles configurou os princípios da dramaturgia grega tais como os encontrou nas obras de seus contemporâneos e predecessores. Suas lúcidas definições são um marco na história da critica teatral, embora sua influência sobre o teatro europeu, iniciada na Renascença (entre os séculos XIII e XVII), tenha sido de certo modo nociva, em grande parte por ter sido mal compreendida e tomada literalmente.
((ARTE POÉTICA: Obra escrita por Aristóteles, dividida em duas partes: a primeira desenvolve um conceito de poesia como imitação de ações , que se afasta, ou mesmo contrapõe, ao de Platão, para quem a poesia era narração e não imitação. A segunda estuda a tragédia, uma das espécies ou generos da poesia dramática, e faz a comparação da tragédia e da epopeia, um genero da poesia narrativa ou não-dramática)).
Para Aristóteles a tragédia consiste na imitação de uma ação e é sobretudo por meio da ação que ela imita as personagens em movimento. Sublinhou a importância da trama dotada de começo, meio e fim, e deu especial destaque à unidade de ação, ademais, segundo a Poética, o deslindar da trama deve surgir da própria trama: dentro da ação nada deve ser irracional. As personagens devem revelar-se, não apenas pelo que fazem, como também por sua inclinação moral (ethos), e por sua forma de raciocínio (dianóia).
Para o efeito geral da tragédia, Aristóteles desenvolveu a teoria da Catarse, segundo a qual a tragédia purifica as emoções através da “piedade” e do “terror”. Tendemos a interpretar essa idéia como um processo terapêutico por meio do qual o espectador se identifica com os sofredores no palco e se livra, assim, de seus próprios demônios.
Tragédia como Catarse:
No primeiro volume da Arte Poética, Aristóteles formulou as regras básicas para a arte teatral: a peça deveria respeitar as unidades de tempo (a trama deveria desenvolver-se em 24h), de lugar (um só cenário) e de ação (uma só história) e concentrou-se no comportamento do público. Concluiu que o espetáculo trágico para realizar-se como obra de arte deveria sempre provocar a CATARSE (Katharsis).
A catarse ocorre quando o herói passa da felicidade para a infelicidade:
> O centro do espetáculo teatral gira em torno do destino infeliz do herói, tema comum a maior parte das narrativas e das sagas antigas. Nelas ele é apresentado como um vencedor que está no esplendor da vida, usufruindo de riquezas e conquistas até que se vê vítima de uma alteração brusca do destino. Um acontecimento terrível, sufoca as suas alegrias, e o leva a desgraça, arremessando-o ao mundo das sombras. Assim como em Édipo Rei (Sófocles): Édipo, cumprindo uma profecia, mata o rei e casa-se com a rainha viúva. Mais tarde descobre que o "rei assassinado" era seu pai, e a rainha viúva com quem se casara (e com quem teve quatro filhos), sua própria mãe. O que o faz arrancar os próprios olhos como penitencia. (Inspirado nessa história, Sigmund Freud formulou o complexo de Édipo).
SÉCULO III a.C
Nesse período o teatro gozou de certo sucesso em Alexandria sob o esclarecido mecenato de Ptolomeu II que fez de sua biblioteca o repositório da cultura grega. Infelizmente o incêndio dessa biblioteca representa até hoje uma irreparável perda para o mundo cultural. O incêndio da biblioteca de Ptolomeu II deu cabo ao primeiro grande ciclo da dramaturgia mundial.
ROMA
No século III a.C os romanos começam a traduzir e adaptar obras gregas. Neste mesmo período surgem dois grandes escritores romanos: Plauto e Terêncio.
Com a invasão e supremacia de Roma em toda a parte oriental do Mediterrâneo, a vitalidade do teatro grego decai após o século I d. C. O teatro grego, contudo, continua em pleno vigor nos dias atuais.
Para saber mais:
Leia a Arte Poética de Aristóteles, acesse:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cv000005.pdf
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